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Falta de intensidade impede São Paulo de voltar classificado do Peru

André Rocha

04/02/2016 00h31

Foram exatos quinze minutos em ritmo de treino em Trujillo. Os setores muito espaçados do César Vallejo permitiam ao São Paulo trocar passes no meio, inverter o lado da jogada e fazer dois contra um pelos flancos. Com imensa facilidade.

Na primeira, passe de Centurión, que iniciou à esquerda e depois inverteu com Michel Bastos, ultrapassagem de Bruno e centro na cabeça de Alan Kardec. Bola no travessão e depois entrou, inteira. A arbitragem ignorou. Depois um corredor livre para Mena servir Ganso e outra bola no travessão.

O toque era fácil pela marcação distante e frouxa do time peruano. Nem parecia partida de Libertadores, inclusive pelo estádio vazio.

Até o golaço de Copa do Mundo do meia Hohberg, primeira finalização dos donos da casa. Chute espetacular que mostrou que mesmo com todas as limitações era possível vencer.

Porque o tricolor paulista teve 67% de posse, nove finalizações a quatro – três a dois na direção da meta. No entanto, mesmo ficando menos tempo com a bola, os nove desarmes certos contra cinco são-paulinos foram sintomáticos para deixar nítida a vontade maior de competir do César Vallejo.

Cesar Vallejo com linhas espaçadas e permitindo o toque fácil do São Paulo, especialmente nos primeiros quinze minutos. Mas o tricolor deixava muitos espaços às costas de Mena (Tactical Pad).

Edgardo Bauza apelou para Calleri no segundo tempo, mesmo sem o mínimo entrosamento com os companheiros. O atacante argentino entrou elétrico, primeiro com trombada inexplicável que rendeu amarelo. Depois fez tudo ganhar sentido ao aproveitar falha do zagueiro Cardoza e marcar golaço de cobertura. Passe de Ganso, que novamente viveu de lampejos. Continua faltando consistência.

O empate foi a senha para um jogo aberto, com o São Paulo, mesmo numa espécie de piloto automático, dominando e partindo para uma blitz final que quase terminou em vitória. No Pacaembu, só uma atuação trágica é capaz de evitar o óbvio. Mesmo com os muitos problemas defensivos, especialmente no setor de Mena.

Saldo final: 65% de posse, 16 finalizações são-paulinas contra seis. Dezoito desarmes corretos do Cesar Vallejo contra doze. 29 cruzamentos da equipe brasileira, apenas cinco corretos. Faltou precisão. E a intensidade em boa parte dos noventa minutos que poderia ter garantido já na ida mais uma fase de grupos para o tricampeão sul-americano.

Entrada do elétrico Calleri no comando do ataque quase transformou o empate num golaço em virada, apesar da baixa intensidade. O time peruano mostrou fibra, mas não deve dar grande trabalho no Pacaembu (Tactical Pad).

Por isso o caminho para Bauza formar um time sólido e duro de ser batido será longo. Com Calleri. E Lugano, que sem entrar em campo já parece solução para a frágil retaguarda. Idolatria à parte, não deixa de ser preocupante.

(Estatísticas: Footstats)

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.