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Um mea culpa: falamos pouco do Santos

André Rocha

17/06/2016 11h57

Lucas Lima e Gabriel voltaram ao time nos 2 a 0 sobre o Sport na Vila Belmiro que colocaram o Santos no G-4 do Brasileiro. Mesmo prejudicado pelos desfalques dos selecionáveis mais Ricardo Oliveira, lesionado e cortado da Copa América Centenário.

Para a disputa do inédito ouro olímpico com Rogério Micale, mais baixas: além do Gabigol, Zeca e Thiago Maia. No mínimo. Fruto do melhor trabalho de transição da base para o profissional do futebol brasileiro. As contratações podem ser pontuais porque o clube forma e Dorival Júnior coloca para jogar e dá confiança.

O técnico também merece destaque. Suas equipes são ofensivas e agora controlam melhor o jogo com posse de bola. Saída atual, com Renato se juntando aos zagueiros mais abertos, espetando os laterais e movimentando as demais peças para fazer a transição ofensiva com qualidade.Sem perder a rapidez.

Dorival trabalhou para aumentar o número de passes nesta temporada. Conseguiu. Não por acaso foi um dos primeiros nomes lembrados para substituir Tite no Corinthians.

Sejamos sinceros: tudo isso numa das cinco maiores torcidas do país seria motivo de muita visibilidade e elogios. Ainda mais no clube que revelou Neymar, nossa estrela solitária.

Aliás, o clube também fez de tudo para manter seu grande craque, muito mais que a grande maioria dos times grandes daqui. Agora também busca soluções para continuar com Lucas Lima. Mesmo questionáveis administratitva e financeiramente, as iniciativas são mais que louváveis por valorizar a qualidade do espetáculo e a possibilidade de se manter competitivo.

Mas falamos pouco do Santos. A roda viva louca da audiência e a fome de cliques tendem a privilegiar os mais populares. No fundo, não é culpa de ninguém. Nem uma conspiração contra o alvinegro praiano. O país está em crise, há contas a pagar e decisões precisam ser tomadas por quem tem a cabeça a prêmio se os números não fecharem.

Não deixa, porém, de ser injusto. O Santos, até por uma questão demográfica, não pode ter uma das maiores torcidas do Brasil. Então só ganha o noticiário quando está nas finais e não há como fugir.

Até as crises, como perder a Copa do Brasil e a vaga no G-4 no ano passado depois da decisão pouco inteligente de pedir o adiamento da decisão contra o Palmeiras, não têm tanto impacto. Em outros seria uma hecatombe.

Porque esquecemos na maior parte do tempo do clube brasileiro de história mais impressionante. De onde saiu, aonde chegou, o que conquistou e produziu para o nosso futebol. Ainda que tiremos Pelé e Neymar da equação, até Robinho…Ainda assim é muito. Demais.

Um gigante escanteado. Fica aqui o meu quinhão pedindo perdão. Mea culpa, Santos.

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.