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Alguém ainda acredita em moleza ou "grupo da morte" em Libertadores?

André Rocha

22/12/2016 07h15

Flamengo e Grêmio foram os brasileiros que mais chamaram atenção no sorteio da nova Libertadores. O primeiro por enfrentar no Grupo 4 o San Lorenzo, campeão de 2014, o Universidad Católica e, possivelmente o Atlético Paranaense. O segundo caiu na chave de Guarani do Paraguai, Zamora e Iquique.

Pronto. "Grupo da morte" para os rubro-negros, moleza para o tricolor gaúcho. De novo o pecado de analisar apenas os nomes dos clubes e seu histórico. Como se o Independiente del Valle não fosse o atual vice-campeão da Libertadores e o Nacional do Paraguai não tivesse alcançado o mesmo feito há dois anos.

No mesmo 2014, o Grêmio encarou Atlético Nacional, Newell's Old Boys e o Nacional uruguaio. Tanto alarde para o grupo dificílimo na teoria e o time gaúcho sobrou fazendo a segunda melhor campanha geral. Para ser eliminado nas oitavas pelo San Lorenzo, segundo pior desempenho entre os classificados que arrancou para o título inédito.

Já o Flamengo entrou numa chave com León, Bolívar e Emelec. Considerada mais que acessível, apesar do trauma da eliminação para os equatorianos em 2012. Pois os dois favoritos terminaram nas últimas posições, fora do mata-mata e o time boliviano na liderança.

Alguém ainda acredita em "carne assada"? Há como prever o momento dos times mais tradicionais ou a fase dos menos famosos quando começar a fase de grupos daqui a quase quatro meses? Como garantir sucesso dos brasileiros que não chegam à decisão desde 2013?

Sem contar o "fator estadual", que na reta final costuma desviar o foco por conta das rivalidades regionais e desta vez ficará mais sedutor pois não baterá mais com as oitavas do torneio continental. Um convite para o deslize.

É claro que o analista é chamado agora para opinar sobre algo que começa em março, depois de duas fases preliminares. Mas convém um pouco de cautela. Ou muita. O equilíbrio vem sendo a tônica das últimas edições. Nada é impossível ou muito fácil antes da bola rolar. Ao contrário da Liga dos Campeões, com os gigantes de quase sempre e pouquíssimas surpresas.

Colocar brasileiros como favoritos e incluir os argentinos e o Atlético Nacional por ser o atual campeão é um clichê perigoso e desconectado da realidade da competição. Na prática, o River Plate, campeão do ano passado, merece o mesmo respeito que o Carabobo, possível adversário do Palmeiras no Grupo 5.

Sem chute ou pretensão de bola de cristal. A Libertadores está cada vez mais imprevisível e isso é ótimo.

 

 

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.