Maracanã elétrico de Libertadores faz a diferença para o Flamengo
André Rocha
13/04/2017 00h10
Torcida não ganha jogo sem resposta do time em campo. Mas a atmosfera criada pela massa rubro-negra no Maracanã lotado por mais de sessenta mil pagantes, desde o mosaico simulando o gol de Zico na final da Libertadores em 1981, nitidamente desestabilizou o Atlético Paranaense no início da partida.
O Flamengo sentiu a ausência de Everton e Mancuello nem tanto pela improvisação no meio-campo de Trauco pela esquerda no 4-2-3-1. O peruano cumpriu bem a missão pelo lado e fechando o meio e encaixou lindo lançamento para Guerrero ir às redes logo aos seis minutos e subir ainda mais o tom das arquibancadas.
O problema era Renê na lateral esquerda, claramente sentindo o peso do jogo e sofrendo ora com Nikão, ora com Douglas Coutinho em uma equipe paranaense igualmente desfalcada, sem Otávio e Felipe Gedoz no meio-campo, mas compensando com bom desempenho com Matheus Rossetto.
Instintivamente o Fla buscava mais o lado direito, mas Gabriel não conseguia dar o melhor acabamento às jogadas. Mas quando Arão infiltrou no tempo certo, o cruzamento, mesmo com desvios, encontrou Diego para a finalização perfeita do segundo gol. Aos 15 minutos, para deixar o adversário ainda mais zonzo. O camisa dez ainda acertou o travessão e um bom passe vertical para Guerrero.
Por isso aumenta a preocupação com sua lesão no joelho. Sem ele e com Matheus Sávio, a equipe penou para acertar as transições ofensivas em velocidade na segunda etapa e surpreendentemente encontrou em Marcelo Cirino, substituto de Gabriel, uma válvula de escape para cima do frágil Sidcley.
Paulo Autuori tentou dar agilidade na frente com Grafite e João Paulo e volume no meio com Luiz Otávio. Faltou contundência ao time que teve 54% de posse, porém finalizou apenas três vezes, duas no alvo. Incluindo o gol de Nikão, completando, impedindo, jogada pela direita que iniciou com falha de Renê na saída de bola.
O Fla foi eficiente, acertou na direção da meta de Weverton sete das dez conclusões. Nos minutos finais, incluindo cinco de acréscimo, a calma para tocar a bola mesmo com a improvisação de Márcio Araújo no lugar do lesionado Pará, que deu lugar a Cuéllar e deixou o time ainda mais desfigurado.
A torcida jogou junto e o apito final foi celebrado com alívio e do tamanho da importância da vitória que alça o time à liderança do Grupo 4 com o empate entre Universidad Católica e San Lorenzo.
Em disputa tão parelha no jogo e no grupo, o Maracanã elétrico de Libertadores fez a diferença para o Flamengo.
(Estatísticas: Footstats)
Sobre o Autor
André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com
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O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.