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Grêmio de Renato sofre com o pior da Era Roger, mas vence no modo "copero"

André Rocha

12/06/2017 22h29

O Grêmio sentiu os desfalques em sua arena. Edilson finaliza melhor e é forte na bola parada, mas não chega tanto à linha de fundo quanto Léo Moura – fundamental para aproveitar o espaço deixado por Ramiro quando vem para o centro.

Já a opção de Renato Portaluppi para a vaga do lesionado Lucas Barrios foi um tanto controversa. Abriu mão do centroavante mais típico, manteve Everton, autor de três gols em Chapecó, no banco e adiantou Arthur para a meia central, Luan voltou a ser "falso nove" e Maicon entrou no meio-campo.

O resultado prático foi um Grêmio rodando a bola, mas sem opções de infiltração além das diagonais de Pedro Rocha, que teve a melhor oportunidade tentando encobrir o goleiro Jean. Mas na maior parte do tempo a posse foi estéril. A pior faceta da Era Roger.

A escolha, inclusive, corrobora a tese de que o trabalho mantém uma linha mestra de conceitos e ideias, com algumas adaptações e reparos do treinador carismático e experiente. Quando não teve Barrios e Bolaños, Renato voltou à configuração típica do seu antecessor, com Arthur fazendo a função que era de Douglas. Desta vez não deu tão certo.

Também pela maior concentração do adversário, efeito colateral do grande futebol apresentado pela equipe gaúcha. As duas linhas de quatro compactas do Bahia de Jorginho negavam espaços, dificultavam as tabelas e triangulações. Mas a equipe visitante também ameaçava pouco, isolando Edigar Junio. Com alguns momentos de aceleração e habilidade com Zé Rafael e Allione pelos flancos.

Melhorou um pouco para o mandante e favorito no segundo tempo com Everton, Fernandinho e Lincoln. Passou a rondar a área em uma zona mais perigosa e chegou a 16 finalizações, contra apenas seis do Bahia. Diminuiu um pouco a posse, de 66% para 61% definindo mais rapidamente as jogadas. Mais Renato Gaúcho.

O gol da vitória veio no melhor estilo "copero y peleador" tão prezado pelos gremistas. Quarenta minutos do segundo tempo. Cobrança de escanteio, desvio e toque de Cortez, que virou titular com a lesão de Marcelo Oliveira. Ala de outros tempos que hoje cumpre função de lateral, primeiro sendo um defensor. Mas apareceu na área para ajudar sua equipe a arrancar três pontos.

A forceps. À la Grêmio. Para alcançar a vice-liderança e já ensaiar uma polarização na disputa da ponta da tabela com o Corinthians. Quem sabe até o dia 25, quando as equipes se encontram também em Porto Alegre?

(Estatísticas: Foostats)

 

 

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.