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O recado de Milton Mendes pelo posicionamento de Nenê na vitória do Vasco

André Rocha

17/06/2017 22h05

O Vasco sofreu mais que deveria em São Januário. Com queda de luz, truculência da polícia e a turbulência política. Também com as oportunidades do Avaí, que finalizou onze vezes e fez de Martín Silva um dos melhores em campo.

Mas dentro da meta inicial, ainda que não assumida publicamente para não criar atrito com o presidente, de se manter na Série A, os três pontos contra um adversário direto foram fundamentais. Também confirmam o mando de campo como trunfo para pontuar e continuar longe do Z-4.

Um detalhe tático, porém, funciona como um recado do treinador Milton Mendes: Nenê foi mantido na equipe depois de atuar como atacante na vaga de Luís Fabiano na derrota para a Chapecoense. Mas com um novo posicionamento, não como o meia central atrás do atacante, sem maiores responsabilidades no trabalho sem a bola.

O camisa dez atuou pela esquerda na execução do 4-2-3-1, com Mateus Vital mantido em sua função nas últimas partidas. Obviamente o meia veterano não tem vigor físico para fazer a ida e volta com a intensidade exigida pelo flanco. A compensação era feita com o lateral Henrique menos agudo e o volante mais fixo – Jean, depois Wellington – auxiliando o zagueiro Paulão na cobertura.

Nenê retornava até a intermediária – com bem mais entrega do que quando atua solto na frente – e ficava pronto para a saída nos contragolpes. Por ali criou toda a jogada do gol único, marcado por Yago Pikachu. Só com a desvantagem no placar o lateral direito do time catarinense, Leandro Silva, passou a se aventurar mais no campo de ataque.

Criou problemas porque o jovem Douglas, que vem atuando mais adiantado como meia nas partidas fora de casa, deixou um buraco na intermediária na recomposição por não retornar para se alinhar a Wellington na proteção da retaguarda e gerou superioridade numérica do oponente da intermediária em direção à área vascaína.

Problema compensado pelos 21 desarmes corretos, contra 11 do Avaí, além das boas defesas de Martín Silva. Milton Mendes trocou Pikachu e Vital, que pecou em alguns momentos pelo individualismo, por Manga Escobar e Andrezinho. Manteve Nenê, mesmo cansado, até o final.

Um claro aviso do comandante, dividido em dois: a prioridade é o trabalho coletivo e não a formação de um time que jogue em função de suas estrelas; quem entender e se sacrificar pela equipe, independentemente de status, "grife" ou salário, terá mais oportunidades.

Milton erra e acerta, como todos os treinadores. Talvez precise ousar mais como visitante. Mas na parelha Série A, o foco na competitividade pode ser um bom norte para desta vez evitar o "bate-e-volta" ao inferno da segunda divisão.

(Estatísticas: Footstats)

 

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.