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Garotada no ataque é a correção de rota do Vasco na temporada

André Rocha

24/07/2017 09h58

Antes do início do Brasileiro, as perspectivas do Vasco eram de segunda página da tabela, priorizando a manutenção na Série A. Já o dilema era como Milton Mendes poderia armar uma equipe intensa e jogando futebol atual com os veteranos Luis Fabiano e Nenê na frente.

Rapidamente o treinador percebeu que montar duas linhas de quatro e liberar as duas estrelas sobrecarregava os jogadores pelos lados, já que eles tinham que recompor e ainda aparecer na frente como referências de velocidade para receber os lançamentos. Sem contar a perda de vigor na pressão sobre os adversários na marcação adiantada.

Milton tentou deslocar Nenê pelo lado esquerdo para aproveitar a precisão do meia nos cruzamentos e não mexer em Mateus Vital na articulação central do 4-2-3-1. Não funcionou por sobrecarregar o lateral esquerdo Henrique. Ou seja, o problema apenas mudou de lugar.

O jeito era ser ofensivo em São Januário e buscar os pontos dentro de casa com linhas avançadas e aproveitando o melhor de suas "grifes": a precisão de Nenê nos passes e nas bolas paradas e a presença de área e o poder de fogo de Luis Fabiano. Na intensidade da Série A parecia pouco.

E então Luis Fabiano se lesiona, Nenê resolve sair do clube e Milton recorre aos jovens da revigorada base cruzmaltina que já oxigenou os cofres do clube com a saída do talentoso Douglas para o Manchester City – negociação inevitável pelo potencial e visibilidade do meio-campista que joga de área a área.

Nos 2 a 1 sobre o Atlético Mineiro no Independência, Paulo Vítor e Paulinho, ambos com 17 anos, começaram jogando, Guilherme Costa, 23, entrou na vaga de Escudero na segunda etapa. Sem contar a sequência de Bruno Paulista, que não veio da base mas tem 21 anos e não permitiu que o rendimento do meio-campo tivesse uma queda brusca com a saída de Douglas. Nos gols vascaínos, o que faltava antes e agora sobra: rapidez e mobilidade.

Paulo Vítor, jogando mais adiantado, dispara, atrai a marcação da defesa adversária e deixa o caminho livre para Paulinho infiltrar em diagonal a partir da esquerda. No primeiro, passe de Escudero e toque sutil tirando do goleiro Giovanni. No segundo, contragolpe letal com assistência de Guilherme e golaço do camisa sete com a bola no ângulo.

A juventude no setor ofensivo é a correção de rota que o Vasco necessitava, ainda mais sem São Januário para explorar o mando de campo. Com mais viagens, mesmo que a Volta Redonda ainda no Rio de Janeiro, a equipe vai necessitar de mais fôlego e resistência.

Com jovens afirmados, mesmo com o retorno de Luis Fabiano ao centro do ataque, é possível sonhar com G-6, até pela "vantagem" de não ter nenhuma competição paralela a disputar. Ainda que, por ora, a meta inicial de seguir na primeira divisão logo depois do acesso seja mais realista e tire a pressão da garotada que só precisa de estímulo e minutos em campo.

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.