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Cucabolistas, uni-vos!

André Rocha

23/08/2017 07h32

Foto: divulgação Quatro Linhas.

Diante da notícia de que a Mancha Alvi Verde, a principal torcida organizada do Palmeiras, através de um comunicado oficial pediu a saída do clube do treinador Cuca é hora de fazer uma convocação:

Você que ajudou a inundar as redes sociais com perfis declarando amor ao comandante no título brasileiro do ano passado e que, por não ter nome nem rosto, covardemente atacava quem ousava fazer alguma crítica ao seu objeto de devoção;

Você, jornalista, que defendeu até o limite da irresponsabilidade o estilo do treinador só porque vencia e fazia média com o torcedor palmeirense para sair bem na foto;

Você que usou a camiseta da imagem acima, com a letra "o" simulando uma bola sendo enviada numa cobrança lateral e que agora parece simbolizar a queda do time em todas as competições em 2017;

Você que riu  e compartilhou as piadas do treinador endereçadas aos críticos durante os eventos de premiação do Brasileiro no final do ano passado;

Você que comprou e passou a exibir no Allianz Parque e nas ruas a calça vinho, tratada como amuleto da sorte visando novas conquistas.

É hora de ser coerente e apoiar Cuca. Porque o estilo e as ideias antes defendidas estão lá. Perseguições individuais, marcação por encaixe, o "Porco Doido" com muita intensidade e marcação no campo de ataque, cobranças de lateral na área adversária e cruzamentos em profusão, inclusive da intermediária, quando necessário.

O que mudou? Só o resultado. Que guia sempre todas as análises e é tão tratado como o detentor da verdade que coloca quem ousa fazer alguma ressalva como "anti", "clubista", "bairrista", "mal intencionado", "canalha", "vendido".

A proposta de jogo, as manias, o jeito peculiar estão lá. Só que não estão mais Vitor Hugo e Gabriel Jesus. Moisés só retornou há pouco. Os contratados no início do ano, com Eduardo Baptista no comando, chegaram para trabalhar no estilo atual do futebol brasileiro e mundial, de marcação por zona, compactação e posse de bola ou transição. Os que não se adaptaram perderam a vez. Felipe Melo, não só por isso, foi defenestrado.

Tudo valeu a pena até a eliminação na Libertadores. Agora, com a derrota em casa para a Chapecoense por 2 a 0 que alija o time da disputa do título brasileiro e o ano de 2017 está perdido em termos de conquista, surgem as críticas mais pesadas. Só porque o resultado mudou.

Não pode! Quem demonstrou tanto amor e fidelidade antes, a ponto de odiar e perseguir quem pensava diferente, não deve abandonar o barco agora. Precisa seguir a ideia de Cuca, de "ir até o final". Abraçado ao grande ídolo.

Cucabolistas, uni-vos! Agora é a hora do testemunho de fé!

 

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.