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Tite não é bobo! Dúvida sobre Firmino na Copa é se será titular ou não

André Rocha

16/02/2018 06h21

Com o gol nos 5 a 0 que o Liverpool aplicou fora de casa sobre o Porto praticamente garantindo a presença dos Reds nas quartas de final da Liga dos Campeões, Roberto Firmino chegou a sete no torneio. Só Cristiano Ronaldo foi às redes mais vezes, com 11.

Foram mais 12 no Campeonato Inglês o que totaliza 19 gols no mais alto nível do futebol mundial. Além de nove assistências, seis na liga nacional. Mais impressionante que os números é a beleza em alguns lances, como o gol de cobertura sobre o Manchester City e a assistência de letra para Salah contra o Southampton.

O desempenho de Firmino é inquestionável na Europa. Finaliza, prepara, sabe abrir espaços. Tem leitura de jogo privilegiada e técnica apurada. No Liverpool agora sem Philippe Coutinho atua como uma espécie de "falso nove", permitindo as infiltrações em diagonal dos ponteiros Salah e Mané. Mas se for preciso também fica na referência.

É atacante completo que parece viver o auge da carreira aos 26 anos. Logo no ano da Copa do Mundo. Ótima notícia para Tite, ainda mais com Gabriel Jesus em recuperação de uma lesão no joelho. Com Aguero voando no Manchester City que busca os títulos nacional e europeu é difícil prever quantos minutos em campo o hoje titular do ataque terá até o fim da temporada para chegar em forma na Rússia.

Por isso Tite confirmou em entrevista ao Uol que Firmino estará na lista de convocados (leia AQUI). Porque a discussão sobre o atacante na seleção deve ser sobre titularidade ou não. Ainda que ele não tenha conseguido uma sequência com a camisa verde e amarela e, por isto, seu desempenho seja oscilante, seu rendimento no clube inglês é mais que uma credencial para ganhar mais oportunidades com Tite.

O treinador não é bobo, monitora o camisa nove e conta com ele. Porque não há um jogador na função com melhores atuações em alto nível e o comandante da seleção verde e amarela já afirmou várias vezes que o trabalho no clube é a maior referência na hora da convocação.

Só no Brasil ainda colocam ressalvas sobre Firmino. Talvez por muitos não acompanharem o futebol inglês – um absurdo no caso dos jornalistas que trabalham com o esporte. Ou porque o jogador partiu muito cedo para a Europa e não construiu uma história em um grande clube brasileiro. Como Jesus no Palmeiras, por exemplo. Quem sabe pela timidez e pouco carisma nas entrevistas.

Apenas isso pode justificar uma análise que coloque Firmino em igualdade na disputa de uma vaga com Diego Souza, para citar um atacante mais vezes convocado por Tite. Ou até especularem nomes como Jô, Diego Tardelli, Henrique "Ceifador" Dourado. Até o garoto Vinicius Júnior, que nem atua no centro do ataque…

O treinador da seleção brasileira deve, sim, fazer testes pensando em um plano B. Afinal, assim como Jesus, Firmino pode se lesionar e é preciso ter opções já experimentadas. Assim como é legítimo pensar em um nome para o ataque com características diferentes em caso de necessidade, como uma referência para as jogadas aéreas se for preciso partir para o "abafa" em um jogo eliminatório. Mas neste caso abrindo mais uma vaga no ataque e tirando em outro setor que possa contar com um jogador mais versátil, que execute duas ou mais funções.

Nada que abale a convicção de que Firmino pode ser muito útil. Como foi, mesmo sem ir às redes nos 4 a 1 sobre o Uruguai em Montevidéu pelas Eliminatórias. Facilitando com movimentação as infiltrações de Neymar e, principalmente, Paulinho, autor de três gols. Diante dos "ferrolhos" que deve enfrentar na primeira fase, a leitura de espaços do atacante pode ser fundamental.

No futebol atual, camisa nove não vive só de gols e Tite sabe disso. Mesmo só com um marcado no ciclo com o treinador e apenas cinco em 18 partidas pela seleção, Firmino é uma certeza.

A única dúvida hoje só pode ser se ele estará entre os onze iniciais no dia 17 de junho contra a Suíça.

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

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O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.