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Guerrero? Tempo e confiança são os grandes "reforços" do Internacional

André Rocha

13/08/2018 21h47

O Fluminense ajudou com falhas individuais nos dois gols de Nico López e de Jonatan Álvez e problemas coletivos recorrentes de equipes de Marcelo Oliveira – setores sem compactação, pouco jogo associativo e baixa intensidade. Mais uma vez, só Pedro se salvou no Tricolor.

Mas o Internacional, especialmente a partir dos 20 minutos do primeiro tempo, cumpriu atuação sólida no Maracanã. O mesmo 4-1-4-1 variando para duas linhas de quatro quando Patrick abre à esquerda e dá liberdade a William Pottker para se juntar a Álvez no ataque.

Intensidade, organização, alternando jogo direto e posse de bola. Nico López saindo da direita para circular às costas dos volantes adversários e Rodrigo Dourado protegendo a defesa e saindo para o jogo com passes simples, como o que serviu Nico no gol que abriu o placar.

Na segunda etapa, controle dos espaços com alguns momentos de desconcentração que geraram espaços, inclusive para dois chutes de Sornoza nas traves de Marcelo Lomba, que também fez belas defesas – inclusive com o placar sem gols. Mas também ameaçando, especialmente na velocidade com Pottker, que passou a jogar mais adiantado depois da troca de Álvez por Rossi.

É onde entra Paolo Guerrero. O peruano teve dificuldades para render no Flamengo, muito por conta do estilo que privilegia a posse de bola e a ideia de ocupar o campo de ataque trocando passes. Assim foi mais pivô que goleador.

Jogando no Brasil, além do gol do título mundial do Corinthians de Tite em 2014, o melhor momento aconteceu dois anos depois, na mesma equipe, então comandada por Mano Menezes. Dentro de uma proposta mais reativa, com espaços para acelerar e procurar o lado esquerdo para buscar as infiltrações em diagonal. Mesmo agora com 34 anos e vindo de um tempo considerável de inatividade, Guerrero pode se adaptar bem ao modelo de jogo do Colorado.

Mas neste momento não há razão para tirar Álvez do time. Suas características se ajustaram bem com os companheiros. No gol que marcou, o uruguaio acompanhou bem a jogada pela esquerda de Iago, outro ponto forte de um time sem estrela destacada – até porque D'Alessandro agora é reserva. Pressiona os zagueiros, abre espaços, entendeu rapidamente os movimentos de Nico da direita para dentro e as diagonais de Pottker.

Na prática, porém, os grandes reforços do Internacional são tempo e confiança. Paciência com Odair Hellmann, mesmo com um início de trabalho hesitante, para que o treinador adaptasse melhor suas ideias às características das peças do elenco. Agora o tempo para trabalhar. Além do que todos tiveram na parada para a Copa do Mundo, as semanas "cheias" enquanto os principais concorrentes estão envolvidos com outras competições.

Tempo que bem aproveitado gera desempenho, que aumenta a confiança. É a fórmula do Internacional para brigar no topo voltando à Série A depois da descida ao inferno. Considerando que vai enfrentar no Beira-Rio todas as equipes que hoje dividem espaço no G-6, é cada vez mais possível acreditar numa redenção que parecia improvável.

 

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.