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Só um improvável "efeito São Paulo" pode tirar o título do Palmeiras

André Rocha

05/11/2018 06h51

As chances de reação do Flamengo de Dorival Júnior em busca do título voaram longe como os chutes de Lucas Paquetá contra o Palmeiras e Vitinho diante do São Paulo no Morumbi. Fraqueza mental que deve minar ainda mais as forças em uma tabela complicada nos seis jogos que restam – Botafogo, Sport e Cruzeiro como visitante e Santos, Grêmio, Atlético-PR em casa.

Sobra o Internacional, novo vice-líder depois da virada dramática sobre o Atlético-PR no Beira-Rio com gol no final em pênalti mais que discutível sobre Rossi. Com o ânimo de quem chegou mais longe que imaginava pode sonhar com uma virada. A tabela é acessível: América, Atlético-MG e Fluminense em Porto Alegre e Ceará, Botafogo e Paraná fora.

Mas depois da vitória no sábado sobre o Santos por 3 a 2 em um jogo maluco com gol de falta de Victor Luis num frango de Vanderlei quando o adversário parecia mais próximo da virada, é impossível não ver o título se encaminhando para Luiz Felipe Scolari e seus comandados.

A única chance de surpresa desagradável seria um "efeito São Paulo". Ou seja, cair vertiginosamente de produção quando passa a se dedicar exclusivamente ao Brasileiro por conta de eliminações no mata-mata. As semanas cheias jogando contra pelo tempo para pensar no peso do favoritismo. A ansiedade sufocante fazendo o desempenho despencar e os resultados seguirem a trilha ladeira abaixo.

Algo bastante improvável. Primeiro porque o Palmeiras, mesmo carregando a pressão por grandes conquistas depois que o investimento no elenco aumentou,  foi campeão brasileiro há dois anos. Não carrega o fardo de falta de títulos do Tricolor do Morumbi. Ainda há no grupo remanescentes da conquista de 2016 com Cuca. E mesmo que Felipão não tenha um título por pontos corridos no país, a experiência do treinador para lidar com essa responsabilidade também cria ambiente mais sereno. Há um escudo.

Sem contar a qualidade. É claro que a ausência de Dudu, por exemplo, seria um duro golpe, mas não do tamanho da de Everton para Diego Aguirre pela falta de reposição. Com todos à disposição é possível armar o time em função de cada adversário.

Nada muito complicado: visita Atlético-MG, Paraná e Vasco e enfrenta Fluminense, América e Vitória em São Paulo. Com cinco pontos de vantagem sobre o Inter. Uma rodada e mais dois pontos. Fruto da campanha espetacular no returno até aqui: dez vitórias e três empates. Incríveis 85% de aproveitamento. Para perder o título teria que cair para 66% – ou seja, ganhar apenas 12 dos 18 que restam –  e o Internacional responder com 100%.

Se derrapar só não será mais vexatório que em 2009, quando o time comandado por Muricy Ramalho era favorito absoluto e perdeu até a vaga na Libertadores. Nada leva a crer que possa acontecer. Parece questão de tempo. A tendência é que a matemática faça seu serviço na antepenúltima ou penúltima rodada.

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.