A menos que Barcelona e Real Madrid se enfrentem pela Liga dos Campeões, a primeira temporada espanhola sem o duelo Messi x Cristiano Ronaldo termina com três vitórias do time blaugrana e um empate.

Resultados que são símbolos da cultura de vitória do Barça dentro da Espanha e também de uma mistura de acomodação depois do tricampeonato da Liga dos Campeões e da perda de identidade sem o maior artilheiro e jogador da história do clube merengue.

Em nova vitória dos visitantes no Santiago Bernabéu, desta vez pela liga nacional, o Real de novo tomou a iniciativa, tentou se impor  com velocidade pela esquerda com Vinícius Júnior. Mas não teve volume pela direita por conta da entrada do inócuo Gareth Bale. Muito menos o poder que já ostentou no meio-campo com Casemiro, Modric e Kroos.

Para piorar, Ernesto Valverde acertou ao entender que em time que vence se mexe. Encorpou o meio-campo com Arthur se juntando a Rakitic e Busquets e diminuiu o campo para Messi cobrir, liberando o argentino para buscar os espaços ora às costas de Casemiro, ora entre Sergio Ramos e Reguilón.

Aumentou a consistência defensiva, com atuação soberba de Piqué,  e diminuiu os sustos em relação à partida passada, pela Copa do Rei. O clássico foi decidido na transição ofensiva que encontrou Rakitic, atuando mais pela direita, às costas do Sergio Ramos. Cavadinha do croata na saída de Courtois. O gol do 96º triunfo do Barcelona, ultrapassando as 95 vitórias do time de Madri – o que não acontecia desde a década de 1930. Também abrindo 12 pontos sobre o maior rival faltando o mesmo número de rodadas em La Liga.

O ciclo que parecia virar no massacre de 5 a 1 no agregado a favor do Real na Supercopa da Espanha de 2017/18 volta a pender para o Barcelona. Nos últimos 25 jogos em Madri, 13 vitórias do time catalão. Usar o termo "freguesia" no maior jogo do planeta seria até irresponsável. Mas a equipe de Messi segue mandando. No clássico e na Espanha.