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Liverpool é futebol no volume máximo. Pecado do Barça foi não acreditar

André Rocha

07/05/2019 18h11

Ernesto Valverde falou em foco na coletiva da véspera do jogo em Anfield. Porque lembrava do inferno no Estádio Olímpico pela eliminação para a Roma na temporada passada e sabia que o cenário poderia ficar bem perigoso se o Barcelona entrasse desconcentrado em campo.

Entrou. Com um certo ar blasé, preocupado com estética nos passes, correndo pra não chegar em algumas disputas. E Jordi Alba em noite desastrosa. Mesmo com muito espaço para atacar e enfrentando um Shaqiri pouco inspirado, não o lesionado Salah.

Erro no recuo para Lenglet no gol de Origi, o substituto de Firmino, logo aos sete minutos que começou a criar o ambiente para o "milagre". Depois perdendo a bola que terminou no primeiro de Wijnaldum, que entrou na vaga de Robertson e trasferiu Milner para jogar muito na lateral esquerda. O meio-campista holandês jogou no centro do ataque no Camp Nou e apareceu como centroavante para marcar o terceiro.

O gol da classificação histórica dos Reds foi o símbolo do Liverpool ligado contra um time catatônico. Cobrança rápida de escanteio pela direita de Alexander-Arnold encontrando Origi totalmente livre na área. Um erro inacreditável que não seria perdoado por uma equipe intensa e que não tinha nada a perder. Que teve Alisson para tirar qualquer chance do Barça com pelo menos quatro boas defesas.

Quatro a zero que serve de dura lição para o Barcelona. Não pode depender tanto de Messi. Em disputas tão parelhas é preciso deixar 100% no campo. Um jogador livre para finalizar tem que mostrar confiança e não procurar o craque da equipe, como Alba, Suárez e Coutinho fizeram. É hora de renovar de vez um elenco envelhecido. E ficará para sempre a lembrança do gol perdido de Dembelé no ataque final da partida de ida.

É obrigatório respeitar o time de Jurgen Klopp, o Nigel Mansell da bola. O futebol no volume máximo, já na distorção. O carro que só tem acelerador e o piloto pisa fundo, como se não houvesse amanhã. Atropelou mais um em temporada inacreditável.

Merece chegar ao Wanda Metropolitano para buscar o sexto título europeu do clube porque construiu uma das maiores viradas da história da Champions. Também deste esporte cada vez mais apaixonante por noites como essa em Liverpool.

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.