Griezmann joga na "função Messi". O que fará em Barcelona?
André Rocha
18/05/2019 07h44
O PSG e o Manchester City, na voz do próprio Pep Guardiola, já se posicionaram sobre Antoine Griezmann: não têm interesse no alto investimento para contratar o craque que se despediu do Atlético de Madrid. E o próprio Diego Simeone, ex-treinador do francês, já sinalizou o provável destino: Barcelona.
Mesmo com as informações controversas vindas da Catalunha sobre a provável recepção do atacante no vestiário blaugrana, o anúncio oficial parece questão de tempo. Talvez depois do encerramento da liga espanhola. Mas já vislumbrando a armação do ataque do bicampeão espanhol e finalista da Copa do Rei com a nova peça é difícil imaginar um encaixe perfeito.
Porque Griezmann rende mais justamente na função que não deixa brecha para outro jogador: o atacante que joga com liberdade de movimentação atrás do centroavante, buscando os espaços às costas do meio-campo adversário para partir para cima da última linha defensiva com a bola dominada. Sim, na "função Messi".
Griezmann na "função Messi": recebe às costas do meio-campo adversário e parte para cima da defesa adversária com a bola no pé canhoto e um centroavante (Diego Costa) se movimentando no ataque (reprodução Fox Sports).
É assim que atua também na França campeã mundial, atrás de Giroud e acionando a velocidade de Mbappé. Ele precisa de uma referência na frente justamente para puxar a zaga para trás e criar os espaços por onde circula. De preferência partindo da meia direita para dentro conduzindo a bola com o pé esquerdo. Outra semelhança com o gênio argentino, além de ser o homem das bolas paradas.
Griezmann é ponta de origem e pode render aberto pela esquerda, buscando a linha de fundo com rapidez e habilidade. A dúvida é se teria a intensidade para "sprints" seguidos e fazer a recomposição no auxílio a Jordi Alba. Para uma negociação que deve ultrapassar os 100 milhões de euros, o ideal seria que o jogador fosse contratado para atuar onde entrega o melhor desempenho.
Não parece o caso. Seria mais um que se destaca em outro contexto, vai para o Barça ser coadjuvante de Messi e acaba eclipsado. Como Philippe Coutinho e Dembelé. A busca pelo "novo Neymar", em talento e características, pode ser mais um tiro na água.
Sobre o Autor
André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com
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O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.