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Diego Souza descomplica para o Botafogo e afunda Vasco "arame liso"

André Rocha

02/06/2019 13h11

No clássico contra o Vasco no Nílton Santos, o Botafogo de Eduardo Barroca incorreu em um equívoco comum no futebol brasileiro entre as equipes que se propõem a controlar a posse de bola: confundir o capricho no passe com lentidão na circulação da bola. Muita preocupação com gesto técnico, simplificando e não correndo riscos, o que acaba tornando os ataques previsíveis.

Erro que ficava mais nítido entre os meio-campistas Cícero, João Paulo e Gustavo Bochecha, substituto do lesionado Alex Santana. O Vasco de Vanderlei Luxemburgo respondia bem com organização, coordenação no meio-campo com Marcos Júnior, contratado ao Bangu, e acelerando na frente com Rossi e Marrony nas pontas e Tiago Reis na frente.

Mesmo com apenas 34% de posse de bola, finalizou oito vezes contra três no rival no primeiro tempo. Tiago Reis chutou na trave de Gatito Fernandes concluindo boa jogada pela direita. O goleiro do Bota ainda pegou bela cabeçada de Marrony. Superioridade estratégica que não se refletiu no placar sem gols.

É o problema do time que não consegue ser contundente e preciso no momento de domínio. O "arame liso" dá tempo ao adversário para corrigir deficiências, recuperar confiança e também efetuar substituições que melhorem o desempenho coletivo. Barroca trocou Luiz Fernando por Rodrigo Pimpão e, no primeiro toque do ponteiro substituto, aproveitando erro de Yago Pikachu, o cruzamento no peito de Diego Souza. Domínio e conclusão perfeitos para descomplicar o jogo.

A única finalização no alvo do time que sobe na tabela com a quarta vitória em seis rodadas – considerando que os pontos do jogo contra o Palmeiras não estão computados pela acusação de uso indevido do VAR. Com oscilações naturais e ainda precisando melhorar alguns processos no modelo de jogo, mas evoluindo com o respaldo dos resultados, incluindo os triunfos na Copa Sul-Americana sobre o Sol de América. É time que gosta da bola, busca protagonismo e tenta fazer algo diferente no cenário nacional. Louvável.

Preocupante é a situação do Vasco. Três pontos em 21 disputados representam um início pior que nos três rebaixamentos. O desempenho melhorou, mas os resultados não caminham juntos até aqui. A queda depois do gol sofrido foi nítida, até Luxemburgo demonstrou desânimo. Em 16 finalizações, só quatro no alvo. Não pode errar tanto na frente.

A única boa notícia possível é que o Brasileiro vai parar para a Copa América. É a chance da equipe cruzmaltina se recuperar para tentar sobreviver.

(Estatísticas: Footstats)

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.