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Garotada gremista afunda time "cabaço" de veteranos. Que fase do Cruzeiro!

André Rocha

06/12/2019 08h42

Foto: Vinícius Costa / BP Filmes

Na reta final do primeiro tempo na Arena em Porto Alegre, o Cruzeiro teve três jogadores advertidos com cartões amarelos: Ariel Cabral, Edilson e Egídio. Todos pendurados e agora suspensos para o jogo contra o Palmeiras no domingo.

Adilson Batista precisou tirar o argentino de campo antes do intervalo, com medo de ficar com um homem a menos. Acabou terminando o jogo com nove, por conta da expulsão de Egídio e da lesão de Robinho depois de fazer as três substituições permitidas na ansiedade de tentar melhorar o desempenho de seus comandados.

Robinho, que, por pura precipitação, perdeu a grande chance na partida da equipe mineira. Aquela que se vangloriava por ter um elenco experiente, um time "cascudo". De veteranos prontos para enfrentar qualquer cenário. Será?

Com o inferno do rebaixamento cada vez mais próximo, apesar da derrota do Ceará para o Corinthians que adiou a definição do 17º e último do Z-4 para a rodada derradeira, a bola vem "queimando"no pé dos cruzeirenses. Até de Fred, que viveu cenário parecido há dez anos com o Fluminense e, bem mais jovem, liderou o tricolor no "milagre" da permanência na Série A.

Ainda mais doloroso foi ver mais um duro revés, o 15º em 37 rodadas, ser construído pelo Grêmio com seus jovens vindos das divisões de base: Ferreira, que entrou na vaga do vaiado Diego Tardelli, abriu o placar e Pepê sofreu e converteu com serenidade o pênalti que definiu os 2 a 0. Patrick entrou com personalidade no meio-campo e o atacante Isaque ganhou minutos entre os profissionais.

Os meninos de Renato Gaúcho conseguiram se destacar mais que Everton Cebolinha, estrela da equipe que parecia disperso e perdeu boa chance à frente do goleiro Fabio. Ainda que o fim de temporada do time gaúcho seja tranquilo, com a vaga garantida na fase de grupos da Libertadores 2020, não deixa de ser simbólico o contraste com o desespero dos "vividos" cruzeirenses.

Depois do jogo, Edilson chamou o time de "cabaço" por não ter pressionado o árbitro para consultar o VAR e ver o toque de Luciano no rosto do lateral, que reclamou além da conta e acabou levando o terceiro amarelo. Esquecendo que Ariel, já com amarelo, segurou um adversário e não foi expulso. Adilson Batista reclamou da postura dos atletas, não deixando para resolver os problemas dentro do vestiário.

Que fase do Cruzeiro! A campanha já é de rebaixado, podendo chegar, no máximo, a 39 pontos. A última esperança é que a possível, mas não provável, vitória sobre o Palmeiras seja o suficiente para descer o Ceará, que enfrenta o Botafogo no Estádio Nílton Santos só precisando de um empate. Porque venceu dez vezes e o Cruzeiro apenas sete.

A conta dos muitos erros dentro e fora de campo, inclusive de virar as costas para o Brasileiro enquanto sobreviveu nas disputas de mata-mata, chegou forte. E o time caro e experiente não parece pronto para encarar a missão, nem emocionalmente. A tragédia anunciada pode se concretizar domingo, no Mineirão.

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.