simeone – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Casemiro e Vinícius Júnior são as boas notícias do dérbi de Madri http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/01/casemiro-e-vinicius-junior-sao-as-boas-noticias-do-derbi-de-madri/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/01/casemiro-e-vinicius-junior-sao-as-boas-noticias-do-derbi-de-madri/#respond Sat, 01 Feb 2020 17:31:46 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7891 O craque do jogo para La Liga foi Federico Valverde. Justo, por mais uma grande atuação do meio-campista uruguaio. Incansável pela direita, de área a área.

Mas há mais boas noticias na vitória do Real sobre o Atlético no dérbi de Madri. Além do fim de um jejum de seis anos sem triunfos sobre o rival no Santiago Bernabeu, da ampliação da invencibilidade na temporada para 21 jogos e da liderança na liga.

Boa nova especialmente para quem admira o futebol brasileiro. Pela evolução de dois jogadores: um jovem, outro mais experiente.

Vinicius Júnior entrou na volta do intervalo, junto com Lucas Vazquez, mas vagas de Toni Kroos e Isco. Trocando um 4-2-3-1 com meio congestionado por um 4-3-3 mais agressivo e dando amplitude e profundidade aos ataques do time da casa.

A participação do jovem atacante pela esquerda foi mais efetiva. Com a “ambição” pedida por Zinedine Zidane. O grande momento, porém, foi na participação consciente no trabalho coletivo.

Passe decisivo para o lateral Mendy ultrapassar e servir Benzema, o artilheiro do Real na liga com 13 gols. Visão de jogo, tomada de decisão correta e precisão no gesto técnico. Justamente o que vem faltando para Vinicius se firmar na Europa.

Problema que Casemiro não tem. Multicampeão pelo Real Madrid, já é ídolo da torcida. Considerado o jogador que mudou a equipe de Zidane para buscar o tricampeonato europeu.

Mas que precisava evoluir, especialmente na saida de bola. Antes participava pouco, sofria quando pressionado e sobrecarregava  Modric e Kroos, obrigados a recuar para auxiliar Varane e Sergio Ramos.

Agora recua como um volante moderno, acerta passes e decisões. Com liderança e confiança reduziu bastante a margem de erro e ajuda na construção. Ainda aparece na frente para finalizar.

O Atletico de Diego Simeone foi competitivo novamente ao compactar duas linhas de quatro e usar as transições ofensivas com velocidade acionando Correa, Vitolo e Morata.

Mas o que parecia promissor com Renan Lodi e João Félix ganhou ares de estagnação e desgaste por Simeone não conseguir tornar o time mais versátil, sabendo jogar também com posse de bola e criando espaços. Por isso vai despencando na tabela.

Perdeu no detalhe, mas não pode dizer que foi injusto. Porque o Real novamente se impôs. Com Valverde individualmente acima de todos, mas Casemiro e Vinícius Junior como protagonistas.

Bom para Zidane. E também para Tite.

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Casemiro, o insubstituível. No Real Madrid e na seleção brasileira http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/08/16/casemiro-o-insubstituivel-no-real-madrid-e-na-selecao-brasileira/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/08/16/casemiro-o-insubstituivel-no-real-madrid-e-na-selecao-brasileira/#respond Thu, 16 Aug 2018 15:38:27 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5077

31 minutos do segundo tempo da decisão em jogo único da Supercopa da Europa em Tallinn, Estônia. Mais um clássico de Madri valendo taça. O placar aponta 2 a 1 para o Real Madrid, com atuação relativamente segura do tricampeão da Liga dos Campeões. Até que a placa de substituição sinaliza que Casemiro, exausto e sentindo problemas musculares pelo esforço depois de um curto período de treinos na volta das férias, deixará o campo para a entrada de Daniel Ceballos.

Dois minutos depois, Marcelo tenta um lençol para trás na linha lateral (!), o Atlético recupera a bola, Sergio Ramos tenta cobrir o setor, mas sai a jogada que termina no empate com Diego Costa. Para em seguida o time de Diego Simeone, comandado pelo auxiliar Germán Burgos à beira do campo, tomar conta do clássico e voar na prorrogação para  fazer 4 a 2 e garantir o título. Com muito volume no meio-campo e gols de Koke e Saúl Níguez.

O primeiro triunfo dos colchoneros na “Era Simeone” sobre o time meregue numa decisão ou confronto de mata-mata continental gerou repercussão imediata. Primeiro exaltando a capacidade de competir do Atlético, com trabalho mais que consolidado e agora um elenco equilibrado e homogêneo para brigar em todas as frentes.

Mas principalmente sugerindo que o revés seria o primeiro símbolo do declínio depois das saídas de Zinedine Zidane do comando técnico, substituído por Julien Lopetegui, e de Cristiano Ronaldo. O treinador mais vencedor, na média de taças e anos no comando, e o maior artilheiro da história do clube mais vencedor do planeta.

Óbvio que é um baque para qualquer equipe e fica difícil vislumbrar o que será do Real nesta temporada. Mas ao menos a história do primeiro jogo oficia poderia ter sido bem diferente se Casemiro tivesse condições para seguir em campo.

Porque o volante brasileiro é o grande pilar de sustentação do trabalho defensivo. Principalmente para fazer o balanço, se defendendo dos contragolpes. Pela esquerda, Marcelo desce com tranquilidade porque sabe que Sergio Ramos sairá na cobertura e Casemiro vai recuar e fechar a zona de conclusão do adversário na própria área.

Eis a maior virtude de Casemiro: o senso de colocação e a imposição física para estar sempre no lugar certo e bloquear a finalização ou o passe decisivo do oponente. Simplesmente estar com seu corpo no espaço exato para impedir ou inibir a ação mais contundente.

Não é por acaso que a mudança de Zidane ao efetivar Casemiro à frente da defesa adiantando Luka Modric e Toni Kroos tenha dado tão certo e se mantido ao longo de toda a trajetória vencedora. Carlo Ancelotti e Rafa Benítez tentaram firmar a dupla Kroos-Modric à frente da defesa para ter controle de jogo através da posse de bola. Mas a retaguarda sofria demais.

A troca equilibrou o time. Ainda que seja preciso haver compensações, principalmente na saida de bola. Um dos meias recua para qualificar o passe e Casemiro se adianta. Na prática, muito mais para não atrapalhar do que para contribuir. Não que seja fraco no fundamento mais importante para um meio-campista. Mas como é mais alto e forte não tem a mesma agilidade e precisão de seus companheiros de setor para sair da pressão. E também pode contribuir mais à frente, se juntando ao quarteto ofensivo e até aparecendo na zona de conclusão.

Com a saída de Mateo Kovacic para o Chelsea, o Real Madrid ficou sem um substituto com características ao menos parecidas. Na derrota para o Atlético, mesmo com Modric entrando apenas na segunda etapa, o meio-campo fez água sem a bola e deu espaços demais ao rival. É mais um problema para a temporada. E dos grandes. Casemiro é simplesmente insubstituível.

No clube e também na seleção brasileira. Na Copa do Mundo, o volante foi fundamental para cobrir os espaços deixados por Paulinho e Phillipe Coutinho no meio-campo. Também fechava o meio da área quando Miranda saía na cobertura de Marcelo. Suspenso contra a Bélgica, viu Fernandinho entrar e cumprir uma atuação desastrosa depois do gol contra que marcou. Impossível não imaginar como teria sido o duelo pelas quartas-de-final com o camisa cinco em campo.

O novo ciclo de Tite deve partir da presença de Casemiro entre os convocados. Ainda que a renovação no setor seja inevitável, com Arthur, Paquetá, Fred e outros nomes que possam surgir. É dever também estudar uma reposição que não prejudique tanto o desempenho coletivo.

Porque Casemiro é único. Pode não ser o melhor volante do mundo, mas suas características atendem precisamente as necessidades de Real Madrid e seleção brasileira na função que executa. Outros podem ser as estrelas e chamar para si todas as atenções. Mas quando sua presença discreta se transforma em ausência tudo parece ruir.  Aconteceu de novo na Estônia. Melhor para o Atlético.

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Corinthians, Grêmio ou a evolução? O que você quer do seu time em 2018? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/01/03/corinthians-gremio-ou-a-evolucao-o-que-voce-quer-do-seu-time-em-2018/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/01/03/corinthians-gremio-ou-a-evolucao-o-que-voce-quer-do-seu-time-em-2018/#respond Wed, 03 Jan 2018 04:41:28 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3930 Com a volta ao trabalho dos times das Séries A e B, a temporada 2018 dá os primeiros passos no Brasil. Desta vez com um retrocesso em relação a 2017: apenas duas semanas de pré-temporada por conta da pausa para a Copa do Mundo.

A lógica grita mais do que nunca que os estaduais devem servir como um torneio preparatório. Para os envolvidos em Libertadores, uma competição para testes e ajustes. O problema é que quando chegam os clássicos as cidades vivem uma espécie de vertigem, valorizando além da conta as rivalidades locais. Em busca de um título que é tratado como nada ao final da temporada pelos grandes.

O Corinthians foi campeão paulista e brasileiro. Mas o contexto ajudou, já que o time não disputou o principal torneio do continente, teve uma eliminação prematura da Copa do Brasil e não deu tanta importância à Copa Sul-Americana. Passou o ano praticamente dedicado a uma competição apenas.

O que não tira os méritos de vencedor com uma identidade. Construída por Mano Menezes e Tite, resgatada por Fabio Carille. O pilar na organização defensiva e o trabalho com a bola buscando triangulações, ultrapassagens e os apoios, inclusive de Jô como pivô. Peça fundamental que vai para o Japão e cria uma necessidade inesperada de buscar outras soluções no ataque. Mas não tira o norte do futebol do clube. Há uma linha mestra.

Assim como no Grêmio de Renato Gaúcho. Da ideia de propor o jogo, trocar passes e acelerar no ataque para infiltrar. Aproveitando alicerces já construídos e dando o acabamento que terminou no tricampeonato sul-americano. Mas não foi suficiente para superar o Real Madrid no Mundial de Clubes. Porque do outro lado havia uma seleção intercontinental, mas também por seguir faltando algo por aqui.

O futebol jogado no país foi marcado pela evolução sem a bola. Os conceitos de compactação, bloqueio dos espaços, pressão no homem da bola com marcação adiantada ou não e coordenação dos setores com a concentração máxima buscando o erro zero já foram assimilados. Até porque desde Carlos Alberto Parreira em 1994, ou mesmo Zagallo em 1970, a máxima “se não levarmos gol nosso talento decide na frente” continua valendo.

Só que apenas o talento não é suficiente para furar este bloqueio que tem uma sofisticação sem precedentes no futebol mundial. Nasceu com José Mourinho para enfrentar Pepe Guardiola. Foi lapidado e aprimorado por Diego Simeone, Carlo Ancelotti, Massimiliano Allegri e outros. Não é fácil entrar.

Ainda mais em um jogo ainda pobre coletivamente no que se refere à criação de espaços. Porque aprendemos a jogar com a bola e tentando abrir no drible, no blefe, na finta. Individualmente. Basta ver como pensamos futebol. Ainda acreditamos no “time no papel”, da reunião de craques que funciona como mágica. Adoramos comparar jogador por posição, buscar O cara do time, do campeonato. Veneramos Messi por driblar e conduzir com incrível habilidade e muitos torcem o nariz para Cristiano Ronaldo por seu estilo mais vertical e objetivo.

Questão de cultura, de história. Acreditamos no gênio Garrincha com cognitivo baixo, mas que no campo entende tudo. Nosso garoto é estimulado a partir para cima. Repare no nosso futebol em campo. Ele é pouco associativo, colaborativo. Quem se apresenta quer a bola, sem entender muitas vezes que dar a opção facilita o companheiro na tomada de decisão. Mesmo que ele resolva tentar o drible.

Há uma vaidade intrínseca. O lateral desce querendo chegar ao fundo ou finalizar. Se o ponteiro não passar em duas ultrapassagens, na terceira ele não vai. Não importa se a jogada pessoal do outro pode terminar em gol. O meia que diz que seu orgulho é dar assistências porque quer os louros dos “80% do gol foi meu” e do “te consagrei”. O centroavante aceita a responsabilidade de ser o finalizador porque vai sair no portal de esportes que ele “deu um show” se for às redes. Ainda que tenha tocado pouco na bola além dos gols que marcou. O que importa é botar para dentro.

Nosso jogo é fragmentado, ainda indigente na ideia de que atacar é estar pronto para defender (perde e pressiona) e vice-versa. O resultado prático, na maioria das vezes, é a busca do gol que fura o muro através dos cruzamentos, com bola rolando ou parada. Basta uma equipe estar bem fechada para o que está atacando começar a levantar bolas na área.

Faltam ideias, como arrastar pacientemente o rival para um lado e surpreendê-lo na inversão rápida de lado. O toque curto e o deslocamento para cansar o oponente física e mentalmente. A quase sempre vaiada bola recuada para o goleiro com o intuito de tirar um pouco o rival da trincheira. Há pressa, um futebol que sente muito – tem que ter garra, fibra, ser guerreiro, deixar o sangue – e pensa pouco.

O que teremos em 2018? Times se baseando no Corinthians e, por tabela, no Cruzeiro de Mano Menezes com princípios muito semelhantes ou no Grêmio apostando mais na técnica e no protagonismo? Mais equipes verticais, pouco se importando com a posse e aproveitando os espaços às costas da defesa do time que ataca ou controlando o jogo com a bola, se instalando no campo rival e assumindo os riscos da proposta ofensiva?

Ou ainda a evolução disso, que é o futebol por demanda. Inteligente, sabendo responder a cada necessidade que o jogo apresenta. Sabendo atacar e reagir. Um híbrido de Corinthians e Grêmio que, obviamente, saem na frente por já terem percorrido parte do caminho. Ataque e defesa numa ação contínua. O futebol total inspirado nos grandes centros. O dinheiro a menos, os jogos a mais, a desordem administrativa e as mudanças nos elencos são problemas, sem dúvida. Mas não podem ser bengalas eternas.

O que você quer para o seu time? Apenas títulos, não importando como vence? Ou jogar bem transformando o desempenho em resultados torna a conquista mais prazerosa, como Tite vem mostrando na rediviva seleção brasileira, uma realidade ainda distante da nossa pelos craques atuando na Europa? Com talento e, principalmente, a leitura de jogo e dos espaços que faltam em nossos campos.

O mercado mais modesto da maioria dos clubes pode ser positivo, investindo em entrosamento, jogar de memória, afinar a sintonia. Para que nosso futebol entre definitivamente no século 21, defendendo e atacando. Com menos lacunas, ainda que só dentro de campo. Apesar de uma gestão amadora e politiqueira na CBF, nas federações e em quase todos os clubes. Não custa sonhar.

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Melhor atuação coletiva do Real Madrid, um presente para Cristiano Ronaldo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/05/02/melhor-atuacao-coletiva-do-real-madrid-um-presente-para-cristiano-ronaldo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/05/02/melhor-atuacao-coletiva-do-real-madrid-um-presente-para-cristiano-ronaldo/#respond Tue, 02 May 2017 21:18:25 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2624 Os primeiros 30 minutos da primeira semifinal da Liga dos Campeões no Bernabéu apresentaram o que se espera de eficiência e beleza do Real Madrid desde que Zinedine Zidane assumiu e armou uma equipe competitiva, porém sem brilho.

Atuação consistente que passa fundamentalmente pela movimentação de Isco na ponta do losango do 4-3-1-2 que surpreendeu Simeone e seu Atlético de Madrid. O meia circulava entre as duas linhas de quatro e ninguém sabia como parar.

O desequilíbrio no meio, com superioridade numérica em vários momentos de quatro homens contra dois, produziu um volume de jogo impressionante. Foram nada menos que dez finalizações e 66% de posse de bola. Podia ter saído, pelo menos, mais dois gols além do marcado por Cristiano Ronaldo completando centro de Casemiro.

Até o final da primeira etapa, o time de Zidane finalizou mais uma vez. Seis na direção da meta de Oblak. Contra uma dos colchoneros, para fora. Depois do gol sofrido o Atlético nitidamente se desmanchou mentalmente. Depois de três vitórias e um empate na casa do rival. Deu espaços generosos, o que não é comum, e praticamente não atacou. Gameiro cumpriu atuação pluripatética.

Real Madrid no 4-3-1-2 com Isco circulando entre as linhas de quatro do Atlético. Superioridade numérica no meio-campo fez o time de Zidane construir volume de jogo impressionante, principalmente nos primeiros 30 minutos (Tactical Pad).

Disputa mais equilibrada na segunda etapa, com o Real guardando mais o setor direito, que tinha Nacho na vaga de Carvajal, que saiu lesionado no intervalo. A equipe merengue esperava o momento para matar o jogo diante de um Atlético mais agressivo com Fernando Torres e Nico Gaitán na frente.

Isco cansou e Zidane mandou a campo Asensio, voltando para compor no meio, mas atacando em velocidade pela esquerda, para cima do frágil Lucas Hernández, o substituto de Juanfran. O Real recuperou volume e o rival voltou a murchar.

Time colchonero equilibrou um pouco as ações no segundo tempo com Gaitán e Fernando Torres. Mas Zidane foi preciso na entrada de Asensio no lugar de Isco. Acelerando os contragolpes pela esquerda e fechando espaços pelo meio, ajudou o time a se impor no final e matar o jogo – e provavelmente o confronto pela semifinal da Champions – com mais dois gols de Cristiano Ronaldo (Tactical Pad).

Mortal contra o maior finalizador da história. Mais dois de Cristiano Ronaldo. Era possível prever o gol quando o português dominou a bola antes de marcar o segundo. Depois, como o fantástico centroavante que vem se transformando nos últimos anos, foi implacável à frente de Oblak completando centro da direita de Lucas Vázquez, que entrou no lugar de Benzema.

Nada menos que oito gols nas últimas três partidas. Decisivas no principal torneio de clubes do mundo. Contra Bayern de Munique e Atlético de Madrid, potências europeias nas últimas temporadas. Uma máquina de colocar bolas nas redes. Agora 103 na Liga dos Campeões. Fenômeno.

Maior candidato à Bola de Ouro. Messi só tem alguma chance de evitar o empate em cinco premiações para cada se Cristiano não ganhar nenhum título e o Barcelona conseguir a virada no Espanhol, além da Copa do Rei. Aí valeria a grande atuação do gênio argentino no Bernabéu.

Parece improvável. Até porque encaminhando a vaga na final da Champions com os 3 a 0 é possível mirar os últimos quatro jogos no campeonato nacional. Tudo parece luzir para Zidane.

E para Cristiano Ronaldo, que depende tanto do time para brilhar nas conclusões. Ganhou de presente a melhor atuação coletiva do Real Madrid na temporada para fazer ainda mais história.

(Estatísticas: UEFA)

 

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Trauma ou sede de revanche? Como será o Atlético de Simeone contra o Real? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/04/21/trauma-ou-sede-de-revanche-como-sera-o-atletico-de-simeone-contra-o-real/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/04/21/trauma-ou-sede-de-revanche-como-sera-o-atletico-de-simeone-contra-o-real/#respond Fri, 21 Apr 2017 15:51:09 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2583

Foto: Denis Doyle (Getty Images)

O sorteio das semifinais da Liga dos Campeões promove o quarto encontro consecutivo entre Real e Atlético, o clássico de Madrid. Foram duas finais duríssimas, definidas em prorrogação e pênaltis. Mais um duelo pelas quartas-de final em 2015. 1 a 1 no Calderón, 1 a 0 para os merengues no Bernabéu.

O Atlético vem de três vitórias e um empate no Santiago Bernabéu pelo Espanhol. O retrospecto contra o rival na Era Simeone é de sete vitórias, seis empates e oito derrotas. Equilíbrio absoluto.

Agora a ida no Bernabéu e a definição no Calderón. Em tese, uma vantagem para o Atlético e um cenário nunca vivido pelo Real contra os colchoneros.

Taticamente, sem segredos. Real Madrid terá a bola, trocará passes no meio e buscará as infiltrações com os atacantes acelerando ou abrindo o jogo pelas laterais com Carvajal e Marcelo para furar as compactas linhas de quatro de Simeone que vai tentar controlar o jogo sem a bola esperando a chance de golpear com o talento e a rapidez de Griezmann.

A grande questão é como o Atlético vai se comportar em termos anímicos. Porque o retrospecto, no geral, é de jogos parelhos. Mas na Champions o rival sempre saiu comemorando. Quando os times entrarem em campo no Bernabéu valerá mais a invencibilidade dos visitantes ou o que foi vivido no duelo continental?

O Atlético será todo trauma, todo medo de sair novamente como o vencido ou todo valentia, todo sede de revanche com o “sangue nos olhos” tão cobrado por Simeone? Como será encarar de novo os algozes Sergio Ramos, Cristiano Ronaldo, Marcelo? Os clássicos pela liga espanhola terão peso nesta equação?

As respostas de Madrid virão a partir do dia 2 de maio. Mas se tivesse que investir as fichas, a aposta seria no Atlético. Se sair vivo do Bernabéu que conhece tão bem, a atmosfera do Calderón com Simeone regendo a massa pode fazer a diferença desta vez.

Para fazer a final em Cardiff, provavelmente, contra a Juventus. Favorita contra o Monaco pela chance de domar o time do jovem Kylian Mbappé como o irregular Manchester City de Guardiola e o traumatizado Borussia Dortmund não conseguiram. Sistema defensivo sólido para controlar e qualidade na frente para aproveitar os espaços cedidos pelo time de Leonardo Jardim.

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Real de Zidane aprendeu a jogar La Liga. Mas tem Griezmann no Bernabéu… http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/04/08/real-de-zidane-aprendeu-a-jogar-la-liga-mas-tem-griezmann-no-bernabeu/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/04/08/real-de-zidane-aprendeu-a-jogar-la-liga-mas-tem-griezmann-no-bernabeu/#respond Sat, 08 Apr 2017 17:04:03 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2523

O título da Liga dos Campeões é e será a grande lembrança para o Real Madrid da temporada 2015/2016. Ainda que a conquista tenha vindo sem um desempenho tão sólido, inferior ao da conquista de “La Décima”. Mas houve um feito relevante que acabou esquecido por não ter rendido taça.

Zidane sucedeu Rafa Benítez em 2016 e começou sua trajetória com cinco vitórias e dois empates. Na rodada seguinte, derrota. A única. Porque emendou nada menos que doze vitórias, inclusive por 2 a 1 sobre o Barcelona no Camp Nou. Ficou a um mísero ponto do time catalão, que faturou o bicampeonato.

Na atual temporada alcançou mais quatro triunfos. Com os 12, igualou as 16 vitórias seguidas do Barcelona comandado por Pep Guardiola na temporada 2010/2011. Na 31ª rodada, a liderança com 22 vitórias, seis empates e só duas derrotas. Tem um jogo a cumprir, fora de casa contra o Celta de Vigo.

Uma campanha espetacular com Zidane. Em 51 jogos, 39 vitórias, oito empates e quatro derrotas. Nada menos que 84% de aproveitamento. Definitivamente, o clube que nos últimos anos cresce no mata-mata e dispersa nos pontos corridos aprendeu a jogar a liga. Mas o título que não vem desde 2011/2012 está em risco.

Porque o Atlético de Madrid é uma pedra no sapato do time merengue. Por incrível que pareça, o derrotado em duas finais de Champions e que levou 3 a 0 no Vicente Calderón no turno, triplete de Cristiano Ronaldo, complica tudo no Santiago Bernabéu.

Na temporada passada, a única derrota do Real Madrid sob o comando de Zidane na liga espanhola. A rigor, foi o que tirou o título. Ainda que Zidane tivesse jogado a toalha da disputa e focado na Champions. Mas foi vencendo, vencendo…e quase chegou.

Agora o Real vinha de 14 jogos de invencibilidade e os colchoneros chegavam ao Bernabéu com cinco vitórias consecutivas. Duelo fundamental para o Atlético tentar uma última arrancada em busca do título que faturou em 2014 e o Real garantir a vantagem antes do superclássico no próximo final de semana.

Os visitantes começaram surpreendendo atacando o lado de Marcelo com Ferreira Carrasco e forçando os erros de passe do rival com marcação agressiva. Mas logo se recolheu nas duas linhas de quatro, porém recuando muito os atacantes Griezmann e Fernando Torres.

Com isso perdia a capacidade de construir os contragolpes com bolas longas às costas da defesa. O Real avançou as linhas e passou a jogar como gosta: trabalhando os passes no meio com Casemiro, Modric e Kroos para acelerar na frente com o trio BBC ou pelos flancos com Carvajal e Marcelo.

Controlou com 56% de posse, finalizou seis vezes contra cinco. Mas quatro no alvo contra apenas um do Atlético. A melhor com Cristiano Ronaldo tirando do alcance de Oblak, mas o zagueiro Savic salvando de cabeça sobre a linha.

Para ir às redes na segunda etapa, foi preciso apelar para a grande arma do time de Zidane: as jogadas aéreas com bola parada. São 25 gols desta forma na temporada. Na 11ª assistência de Toni Kroos, o gol de cabeça do zagueiro….Não, desta vez não foi de Sergio Ramos. Belo golpe de cabeça de Pepe, que saiu lesionado após choque com Toni Kroos.

Por incrível que pareça, o milionário Real Madrid de Florentino Pérez piorou com as substituições: Além de Nacho na vaga do zagueiro luso-brasileiro, Lucas Vázquez e Isco substituíram Bale e Kroos. Perdeu volume e controle.

Simeone ganhou mobilidade entre a defesa e o meio-campo do adversário com duas substituições: Correa na vaga de Saúl Níguez e Thomas no lugar de Ferando Torres. Na flutuação do argentino às costas de Modric e fora do alcance de Casemiro, o passe para Griezmann, adiantado como centroavante, empatar. Sim, o “carrasco” da derrota na temporada passada.

Agora são três vitórias e o empate em 1 a 1 no Bernabéu nos últimos quatro jogos. O “freguês” na Liga dos Campeões e que sofre com o rival quando joga em seus domínios pode ajudar o Barcelona novamente.

O trio MSN e seus companheiros agora só dependem de si para buscar o tricampeonato. Se vencerem o Málaga igualam na liderança com 72 pontos. Se superarem os merengues em Madrid,  ultrapassam e nem dependem mais do jogo a menos do Real, já que o critério de desempate é o confronto direto.

E aí pouco valerá o aproveitamento fantástico de Zidane como treinador na liga. Porque tem o Atlético e Griezmann pelo caminho…

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Quartas da Champions: duelos de gigantes e entre semelhantes http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/03/17/quartas-da-champions-duelos-de-gigantes-e-entre-semelhantes/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/03/17/quartas-da-champions-duelos-de-gigantes-e-entre-semelhantes/#respond Fri, 17 Mar 2017 11:43:43 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2413

ATLÉTICO DE MADRID x LEICESTER CITY – Dureza para os dois times. Para o Atlético porque entra como favorito absoluto, obrigado a propor jogo e dar o contragolpe. Para o Leicester também, já que será azarão, mas não tanto como se encarasse um gigante como Bayern, Barcelona e Real Madrid.

Interessante para ver essa versão do time de Simeone, que ocupa o campo de ataque e valoriza mais a posse de bola no ritmo de Saúl Ñíguez, mas sem deixar de ser compacto e concentrado, diante do campeão inglês que só joga em velocidade, vai entregar tudo no trabalho defensivo para definir em casa com o melhor de Vardy e Mahrez.

FAVORITO – Atlético de Madrid

BORUSSIA DORTMUND x MONACO – Duelo de intensidade máxima e vocação ofensiva, com times se arriscando dentro e fora de casa. Porém sem tanto controle de jogo. Ou seja, quem abrir vantagem na ida sofrerá se quiser administrá-la na volta.

Dembelé e Aubameyang contra Bernardo Silva e Mbappé. Thomas Tuchel versus Leonardo Jardim. Confronto sem a pompa dos duelos de gigantes, mas que promete demais. Muitos gols. Time alemão leva pequena vantagem pela cancha maior na competição.

FAVORITO – Borussia Dortmund

BAYERN DE MUNIQUE X REAL MADRID – Simplesmente 16 títulos em campo. Carlo Ancelotti, o mentor e campeão de “la decima”, contra Zidane, o aprendiz e atual vencedor. Dois times com camisa e experiência. Mas é difícil imaginar alguma novidade tática, já que são treinadores mais administradores que construtores.

Mesmo que a marcação individual tenha ficado para trás, é impossível não imaginar duelos como Bale x Alaba e a luta no meio-campo com Casemiro, Modric, Kroos de um lado; Xabi Alonso, Vidal e Thiago Alcântara do outro. Mais Robben contra Marcelo. Quem controlar a posse não leva vantagem necessariamente. Aposta na “sede” dos bávaros de recuperar o domínio europeu e no retrospecto positivo no confronto.

FAVORITO – Bayern de Munique

BARCELONA X JUVENTUS – A reedição da final da temporada 2014/15. Mas desta vez com o time catalão sem a consistência da última conquista e a equipe que domina a Itália há tempos mais cascuda e querendo revanche da decisão no Estádio Olímpico de Berlim.

A Juve parece ter uma formação mais equilibrada, com Mandzukic sendo o centroavante que infiltra pela esquerda para se juntar a Higuaín e Dybala no centro e receber as bolas de Cuadrado e Daniel Alves, que conhece muito bem o adversário. Mas o Barça, apesar das oscilações e dos problemas defensivos, tem o tridente genial e a sensação de que pode tudo depois dos 6 a 1 sobre o PSG.

FAVORITO – Barcelona

 

 

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Jair Ventura, exclusivo: Simeone é modelo, Montillo um mistério http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/01/11/jair-ventura-exclusivo-simeone-e-modelo-montillo-um-misterio/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/01/11/jair-ventura-exclusivo-simeone-e-modelo-montillo-um-misterio/#respond Wed, 11 Jan 2017 11:42:12 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2162 Jair Ventura Botafogo

Agora com pré-temporada, o jovem técnico do Botafogo pode consolidar seus conceitos que apareceram já no Brasileiro de 2016. Sucedeu Ricardo Gomes, manteve a estrutura inicial e depois acrescentou suas convicções ao time que surpreendeu se firmando no G-6.

Com a cabeça fervilhando de ideias, o filho de Jairzinho atendeu ao blog por telefone e falou sobre os planos para 2017.

BLOG – Você assumiu o time na saída de Ricardo Gomes para o São Paulo, manteve a estrutura da equipe e depois foi mudando. O que você planeja taticamente para a temporada?

JAIR VENTURA – Eu trabalhei com vários sistemas. De fato, no início mantive o losango no meio-campo que varia para duas linhas de quatro sem a bola – um volante abre, o externo recua do outro lado e deixa o meia e o centroavante na frente. Mas joguei com meio no quadrado (4-2-2-2), 4-2-3-1, 4-3-3 com um e dois volantes. Tudo depende da necessidade e da disponibilidade do elenco. Jogo a jogo.

BLOG – A estratégia do adversário também influi, certo?

JAIR VENTURA – É claro, por isso estudamos tão minuciosamente quem vamos enfrentar. O jogo pode pedir dois centroavantes ou dois meias, por exemplo, se o rival fecha bem as laterais. Já terminei jogo com o Camilo mais recuado ou só o Lindoso de volante, ele que era camisa dez do Madureira. Mas primeiro dependo do elenco disponível. Quando perdi Aírton e Bruno Silva não havia razão para escalar três médios atrás do Camilo.

BLOG – Haverá rodízio no elenco?

JAIR VENTURA – Ele acontece naturalmente, por lesões e, principalmente, pelo desgaste. O jogo está muito intenso, são cada vez mais ações de alta intensidade no campo. Antes o jogador perdia a bola e voltava para o próprio campo para depois marcar. Hoje ele perde e tem que pressionar. É exigência do futebol atual o atacante se dedicar sem a bola. Amadurecemos isso e os números mostram que deu certo, fomos a melhor defesa do returno do Brasileiro.

BLOG – Como o Montillo vai funcionar nesta engrenagem?

JAIR VENTURA – Desculpe, mas isso não vou abrir porque gosto de criar dúvida e tentar surpreender os adversários. De qualquer forma, ainda vou sentar com ele, colocar um quadro e conversar sobre o melhor posicionamento.

BLOG – A ideia do ponta articulador, o meia que sai do flanco para articular as jogadas, te agrada?

JAIR VENTURA – Não é o ideal, mas pode acontecer. Por exemplo, se o lateral do adversário não desce tanto para fazer dupla contra o meu lateral. Se o jogo pedir ele pode ser meia com o Camilo. Não tenho medo de correr riscos se houver a possibilidade.

BLOG – A ideia de aproveitar os jovens da base no elenco permanece?

JAIR VENTURA  – Sem dúvida. Está no meu DNA, eu trabalhei na base. Em 2015 comandei o time como interino e contra o Bahia usei sete jogadores criados no clube. O Canales chegou para ser titular, mas o Sassá mostrou mais desempenho. Eu só não vou usar por usar. A avaliação precisa ser cuidadosa. Por exemplo, hoje eu não tenho um externo de velocidade dentro do clube pronto para entrar e repor a saída do Neílton. Tenho que ir ao mercado e não forçar uma barra só porque minha filosofia é lançar jovens.

BLOG – Para terminar, quais são suas referências como treinador, no Brasil e no mundo?

JAIR VENTURA – Posso dizer que sou um privilegiado, pois nos oito anos em que trabalhei como assistente técnico convivi com grandes treinadores aqui no Botafogo. Aprendi muito com cada um deles e sigo aprendendo, sou um eterno aprendiz. Mas lá fora meu espelho é o Simeone, do Atlético de Madrid. Sem grandes estrelas venceu Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique. O poder de persuasão dele é impressionante. Ninguém gosta de correr, o jogador prefere estar com a bola. Convencê-los a jogar sem ela nunca é fácil.

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A incrível sina dos times de Madrid na “Undécima” do Real http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/05/28/a-incrivel-sina-dos-times-de-madrid-na-undecima-do-real/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/05/28/a-incrivel-sina-dos-times-de-madrid-na-undecima-do-real/#respond Sat, 28 May 2016 23:21:24 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=967 Muitos times se desmanchariam emocionalmente se levassem um gol numa final do tamanho da Liga dos Campeões antes dos 15 minutos de jogo. E logo do algoz há apenas dois anos. E com Sergio Ramos impedido. Por pouco, mas irregular.

Não o Atlético de Simeone, que voltou a se aprumar, continuou sofrendo com as jogadas aéreas do Real Madrid, mas terminou o primeiro tempo em Milão com as mesmas cinco finalizações do rival e igualando em posse de bola.

Equipes tão cascudas quanto a colchonera jogariam a toalha no pênalti perdido pelo craque do time no segundo minuto da segunda etapa. Griezmann no travessão.Já com Carrasco no lugar de Augusto Fernández e rearrumando o desenho tático para um ofensivo 4-3-3.

O Atlético insistiu. Podia ter sucumbido nas chances seguidas dos merengues nos contragolpes. Fechado num 4-1-4-1 com Bale e Cristiano Ronaldo recompondo pelas pontas. Benzema perdeu à frente de Oblak. O francês deu lugar a Lucas Vázquez. Antes Zidane trocou o extenuado Kroos por Isco. Na mesma jogada, Ronaldo e Bale desperdiçaram à frente de Oblak.

Até Marcelo deixar espaços às suas costas com o sistema defensivo postado. Velho erro de posicionamento que Juanfran aproveitou e centrou para Carrasco, que se antecipou a Danilo, substituto do lesionado Carvajal e outro lateral brasileiro a falhar nas suas atribuições como defensor.

Quando o jogo parecia à feição para a virada colchonera, o time que teve que se desgastar mais ao longo do jogo pela desvantagem no placar e os abalos emocionais não teve pernas. Filipe Luís e Koke estouraram e as entradas de Lucas Hernández e Partey acrescentaram pouco nos minutos finais e na prorrogação arrastada por conta do cansaço geral.

Pênaltis. Definidos primeiro pelo inexplicável comportamento de Oblak. Ainda que as cobranças de Vázquez, Marcelo, Bale, Sergio Ramos e Cristiano Ronaldo tenham sido precisas, o arqueiro esloveno não saltou em nenhuma. Parecia aguardar o chute no meio do gol. Ou sentiu mesmo a pressão.

O experiente Juanfran não afinou, mas foi infeliz. Navas até saltou no chute na trave direita que transferiu ao português e artilheiro absoluto com 16 gols o papel de herói. O décimo primeiro título do gigante em 14 decisões. Conquistado com incrível recuperação da equipe com Zidane, mas também os sorteios favoráveis que colocaram Roma, Wolfsburg e City no caminho.

Tudo conspirou contra o time de Simeone, que suportou e enfrentou todos os oponentes. Inclusive os campeões PSV, Barcelona e Bayern de Munique. Só não teve como fazer frente à incrível sina. Terceiro vice na Champions. Todos doídos, difíceis de encontrar consolo.

Se há uma razão para sofrer menos é ter perdido duas nos detalhes para o maior campeão. Um time fadado a levar a “orelhuda” para casa.

(Estatísticas: UEFA)

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Revanche nos olhos não pode virar sede de vingança para Atlético de Madrid http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/05/25/revanche-nos-olhos-nao-pode-virar-sede-de-vinganca-para-atletico-de-madrid/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/05/25/revanche-nos-olhos-nao-pode-virar-sede-de-vinganca-para-atletico-de-madrid/#respond Wed, 25 May 2016 10:42:50 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=947 Simeone Atletico

O melhor sistema defensivo da Europa. Apenas 18 gols sofridos em 38 rodadas do Campeonato Espanhol. Só sete na Liga dos Campeões, sendo quatro deles contra os gigantes Barcelona e Bayern de Munique.

Concentração absoluta, força mental para jogar sem a bola e coordenar linhas compactas, coberturas, dobras de marcação, pressão sobre o homem da bola. Todos participando com entrega total. Uma incrível capacidade de competir durante os 90 minutos.

Vimos isso durante toda a temporada do Atlético de Madrid de Diego Simeone. Agora imagine tudo isso com uma preparação de quase vinte dias – desde a derrota por 2 a 1 para o Levante na penúltima rodada do Espanhol que acabou com qualquer chance de disputar o título nacional.

Toda a atenção voltada para um jogo. O jogo. A final da Liga dos Campeões no Giuseppe Meazza em Milão. A terceira da história do clube. A segunda contra o maior rival do próprio país, da própria cidade. Dois anos depois de perder a primeira na prorrogação.

Ou no golpe letal de cabeça de Sergio Ramos nas esperanças de uma temporada mágica dos colchoneros, com o título da liga superando dois gigantes. No lance derradeiro do tempo normal no Estádio da Luz.

Talvez Simeone tenha torcido para enfrentar o Real Madrid e não o Manchester City na final continental. Porque o ineditismo do inglês transferiria um incômodo favoritismo pelas experiências recentes e por ter eliminado o atual campeão e o time de Guardiola.

Contra os merengues, “Cholo” deve colocar revanche nos olhos de seus comandados. Um firme propósito de deixar a vida em campo se for preciso. Todo suor, toda atenção, toda paixão. A maior resistência possível de um exército.

Só não pode transformar esse doping emocional em sede de vingança e se perder na truculência punida com cartão vermelho e uma desvantagem numérica que seria fatal diante de rival tão poderoso.

Na lembrança, os 2 a 1 do Barcelona no Camp Nou pelo Espanhol com o Atlético cumprindo atuação perfeita na tática e na estratégia e, mesmo levando a virada, fazia jogo igual até que as expulsões dos pilhados Filipe Luís e Godín pulverizassem qualquer chance de reação.

Simeone exige que seus soldados sejam competitivos, mas também saibam fazer “jogos mentais” com provocações, intimidando com um jeito sul-americano. Não é bonito nem nobre. Mas legítimo se limitado às regras do jogo.

Para sábado, a estratégia não deve fugir das linhas de quatro muito próximas, quase chapadas. Torres e Griezmann à frente, mas colaborando sem a bola. Alternando pressão no ataque e proteção à meta de Oblak com todos no próprio campo.

Na transição ofensiva, muita velocidade, toques práticos, rápidos e verticais. Como no contragolpe que terminou no gol de Griezmann sobre os bávaros na Allianz Arena. Ou mesmo no último duelo contra o Real Madrid: 1 a 0 no Santiago Bernabéu. Também Griezmann. Bola roubada, saída rápida, o francês acionou Filipe Luís e apareceu na área para finalizar.

O desafio será fugir da marcação pressão sufocante que Zidane prepara nos treinos. A saída de bola terá que ser precisa. O Real marcou dez gols em contra-ataques na temporada – sete no Espanhol, três na Champions. O Atlético só cinco, a metade. Mas o contexto dá o contragolpe a Simeone.

A ideia do técnico francês é roubar a bola perto da meta rival para acelerar e acionar rapidamente o trio BBC que deve ter Cristiano Ronaldo no sacrifício e alternando com Benzema no centro do ataque. A jogada aérea com o próprio craque português, o Bale de nove gols de cabeça na temporada e, claro, o “carrasco” Ramos é arma importantíssima também.

É disputa sem favoritos. O Real tem mais talentos desequilibrantes, a confiança da incrível recuperação no Espanhol com 12 vitórias seguidas e a serenidade de quem venceu o clássico decisivo em 2014.

Já o Atlético virá com toda a alma e o fogo no olhar. O perigo é ser consumido pelas chamas.

(Estatísticas: Whoscored)

 

As prováveis formações para a final em Milão: Atlético no 4-4-2 compacto e concentrado no plano de jogo, Real no 4-3-3 que pode alternar Benzema e Cristiano Ronaldo para poupar energias do português no sacrifício (Tactical Pad).

As prováveis formações para a final em Milão: Atlético no 4-4-2 compacto e concentrado no plano de jogo, Real no 4-3-3 que pode alternar Benzema e Cristiano Ronaldo para poupar energias do português no sacrifício (Tactical Pad).

Leia também: Com Zidane, Real Madrid volta a transitar bem entre Guardiola e Mourinho

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