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André Rocha

Pato é ponta, mas pode ser um bom centroavante móvel no Corinthians

André Rocha

08/07/2016 16h10

Alexandre Pato está de volta ao Corinthians. Ao menos por enquanto. Marcelo Bielsa desistiu da Lazio e, consequentemente, do interesse no novo atacante que Cristóvão Borges tem em mãos.

Pato tem contra si a resistência da torcida por não ter correspondido em sua primeira passagem, pela cobrança de pênalti desleixada contra Dida na eliminação para o Grêmio na Copa do Brasil em 2013, por ter rendido no rival São Paulo e algumas provocações em redes sociais neste período.

A favor, a saída de Tite e de muitos dos companheiros daquela época. Também o clima menos bélico da direção, que já aceitou o fracasso da negociação e agora, se não aparecer um comprador de última hora, a possibilidade de ter um retorno técnico maior em um elenco menos robusto de talento em relação ao de três anos atrás.

Como você já leu neste blog, Pato rende mais como ponteiro pela esquerda. Como no São Paulo de Osorio no ano passado. Infiltra em diagonal ou corta para dentro e finaliza. Também pode ser útil em uma dupla de ataque. No melhor momento do Corinthians, Tite testou duas linhas de quatro e o camisa onze com Paolo Guerrero na frente.

Agora, com a ausência de um nove absoluto, Cristóvão pode trabalhar com Pato mais adiantado, à frente da linha de três meias. Com Guilherme ou Giovanni Augusto centralizado, abrindo vaga para Romero na ponta.

Um centroavante móvel, abrindo espaços, dando opções para as tabelas. Procurando os flancos, pode fazer a diagonal para concluir. Solução interessante para tornar os ataques menos previsíveis do que têm sido com Luciano e, claro, adicionar a qualidade de um avante raro para o nível do futebol jogando no Brasil.

A questão, mais uma vez, é se ele quer além do discurso pronto no media training: "Estou 100%, estou focado". No Chelsea praticamente não jogou, nem foi aproveitado. Sempre parecia a passeio. A possível segunda chance do Corinthians não pode ser outro desperdício. Até porque ele já começa no débito.

Uma possível formação do quarteto ofensivo do Corinthians com Pato: centroavante móvel, abrindo espaços para o trio de meias e aparecendo na área para finalizar (Tactical Pad).

Uma possível formação do quarteto ofensivo do Corinthians com Pato: centroavante móvel, abrindo espaços para o trio de meias e aparecendo na área para finalizar (Tactical Pad).

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.